21.9.04

Durante todo o colegial tive problemas com meus professores de redação. Tirava notas apenas medianas - e muitas vezes abaixo da média - nas dissertações que eles nos "pediam" para escrever. Não é que eu tivesse problemas para me expressar, mas me recusa a seguir a fórmula que - segundo eles - garantiria minha aprovação no vestibular e deixaria brilhar toda a clareza de minhas idéias.

Uma delas - Rosana, uma senhora muito moralista e arrogante que "me ensinou" no primeiro colegial - chegou a me dizer explicitamente que eu tirava notas baixas apenas por não seguir a fórmula. Lembro claramente dos tais passos mágicos. O parágrafo de abertura deveria ter três frases: uma de abertura (com um fato), uma de desenvolvimento (apenas para ligação com a próxima) e a terceira com sua tese, que seria provado no resto do texto.

Certo de que escrevia bem melhor que aquilo que tentavam me enfiar pela goela, insisti no meu jeito de escrever - cheguei a dizer para o meu professor do senior year essa conclusão. Óbvio que ele não gostou e me acusou de arrogância.

Hoje, ignorando todos os conselhos deles e escrevendo como eu mesmo, já colaborei em livros, tenho uma coluna semanal num grande jornal, escrevo para revistas e tive meu texto elogiado por gente que entende do assunto. Dá vontade de ir até cada um deles e esfregar esse texto no nariz de cada um deles.

Nenhum comentário: